Como discutido no post sobre gravação de teclado, o som do teclado na mixagem é 80% determinado pela gravação. Um bom instrumento com bons samplers, e é claro, uma boa execução. Ao contrário do piano acústico, o teclado, além dos timbres, trabalha muito com efeitos. Mas o piano é apenas o instrumento. Portanto, se for um piano acústico, o cuidado com a captação deve ser redobrado.
Antes de decidir se devemos “quantizar” o teclado (termo que vem do inglês “Quantize”, significando ajustar cada nota do teclado exatamente ao tempo), é crucial determinar se o estilo musical em questão demanda essa quantização. Embora a edição precisa do tempo no teclado possa adicionar mais energia à mixagem, ela é adequada apenas para alguns estilos. Por exemplo, estilos como MPB, Jazz, pagode e blues geralmente não se beneficiam desse tipo de edição, então é importante ter cautela.
Um bom produtor deve estar familiarizado com todas as ferramentas de edição, mas é crucial saber quando é apropriado editar e quando é melhor não editar.
Atualmente, existem vários softwares de correção de tempo, como Cubase, Pro Tools, Logic, Studio One, Reaper, entre outros. Caso o teclado tenha sido gravado via MIDI, a edição se torna muito mais fácil e com zero impacto no áudio. Podemos até escolher o quanto de perfeição no grid teremos automaticamente.
No entanto, se for pista de áudio, independentemente do software utilizado, o conceito de edição é semelhante: recortar e mover as notas para o tempo correto. A menos que se esteja buscando um efeito artístico específico, a regra geral é minimizar as edições.
Pessoalmente, não apoio a utilização de processos automáticos de correção de tempo, pois eles tendem a processar quase tudo, principalmente midi. Independentemente da necessidade real da música ou de como o processamento afeta o som do teclado.
A maioria dos profissionais de renome prefere realizar a edição do teclado manualmente, confiando em seus próprios ouvidos. Alguns podem usar processamento automático, mas revisam o trabalho posteriormente.
Embora seja possível melhorar consideravelmente o tempo com as ferramentas de edição atuais, a interpretação da performance muitas vezes não pode ser aprimorada.
As ferramentas de processamento automático podem economizar tempo, especialmente ao trabalhar com várias faixas, mas a revisão manual é sempre preferível.
Sempre que possível, selecione a nota, recorte e mova para o tempo desejado. Evite usar recursos como time stretch (distensão de tempo) ou elastic audio do Pro Tools, a menos que seja necessário para uma edição extrema. Essas ferramentas devem ser reservadas para casos específicos.