Eduardo aqui novamente trazendo uns insights ampliados sobre essa jornada chamada mixagem. Você já se perguntou como os engenheiros de som conseguem alcançar volumes altos sem distorcer? A resposta está no uso estratégico dos limiters – ferramentas essenciais tanto na mixagem quanto na masterização.
Neste artigo, vamos explorar os diferentes tipos de limiter, quando usar cada um e, o mais importante, como utilizar mais de um limiter na master para obter mais volume de forma natural.
O Que é um Limiter?
Um limiter nada mais é do que um compressor com ratio extremamente alto – no digital, esse valor costuma ser infinito. A função principal do limiter é impedir que o sinal ultrapasse determinado nível, protegendo o áudio de distorções e garantindo controle total sobre os picos.
Diferente de um compressor, o ataque do limiter é zero ou o mais próximo disso possível, agindo instantaneamente sobre os picos que passam do threshold.
Tipos de Limiters
Nem todo limiter é igual. Conheça os principais tipos:
1. Brickwall Limiter
É o limiter mais comum. Ele atua como uma verdadeira parede, não permitindo que nenhum sinal passe do threshold. Ideal para ser o último plugin na cadeia de masterização.
Esses plugins geralmente possuem a função Lookahead, que antecipa a ação do limiter com leve latência, mantendo os transientes intactos e evitando distorções. Ideal para mixagens híbridas e uso na master.
2. Soft Clipping Limiter
Simula a suavidade dos equipamentos analógicos, amaciando os picos em vez de cortá-los bruscamente. Além disso, adiciona saturação e calor ao som – perfeito para bateria, violão, piano e outros instrumentos percussivos.
Channel strips e simuladores de fita (tape) também podem funcionar como soft limiters.
3. Limiter Multibanda
Divide o espectro de frequência em bandas (graves, médios, agudos) e aplica limitação separada em cada uma. Útil para tratar problemas específicos de faixa sem afetar o resto do áudio.
Em mixagens híbridas ou até mesmo in-the-box, você pode aplicar um limiter leve nas faixas individuais para controlar picos antes da Master. Aplicar uma limitação de -2 a -3 dB pode ajudar a equilibrar o sinal e evitar que o limiter final trabalhe demais.
💡 Usando Limiters nas Tracks Individuais
Quer mais sustain em violões, pianos ou vozes? Experimente duplicar a trilha e aplicar um limiter com release longo na cópia. Isso aumenta a sustentação sem comprometer o ataque.
💡 Lookahead "Analógico": Técnica Antiga
Antigamente, para simular o comportamento de limiters modernos, os engenheiros adiantavam levemente a track enviada ao sidechain do compressor. Isso fazia o compressor agir antes do ataque do som principal – simulando um “lookahead analógico”. Apesar de obsoleta hoje, é uma curiosidade útil para quem trabalha com equipamentos analógicos ou plugins vintage.
Usar Mais de Um Limiter na Master Faz Sentido?
Sim, faz muito sentido! Em vez de sobrecarregar um único limiter, podemos usar limitação em camadas. A ideia é aplicar limiters diferentes com pequenas reduções em cada etapa, preservando a naturalidade do áudio.
Exemplo de Cadeia de Masterização:
Soft Clipper ou Channel Strip – para suavizar os transientes e adicionar cor.
Simulador de Fita (Tape) – atua como um segundo estágio de limitação leve.
Compressor e Equalizador – se necessário para colar a mix e corrigir frequências.
Brickwall Limiter (Maximizer) – para atingir o volume final sem distorções.
Essa abordagem ajuda a manter os transientes naturais, enquanto atinge um volume competitivo.
Dica Extra: Plugins Clipper Gratuitos
e você quer experimentar essa abordagem sem investir muito, plugins como oFree Clip da Venn Audio podem ser uma boa pedida (apesar da falta de suporte em DAWs mais recentes). Outra ótima opção é o T-Racks Classic Clipper, que simula equipamentos analógicos com bastante qualidade.
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Conclusão
O limiter é muito mais do que o último plugin da cadeia de masterização. Ele é uma ferramenta criativa, técnica e essencial em várias etapas da produção musical. Seja para controlar picos nas tracks individuais, adicionar sustain, simular tape ou criar uma master potente e natural, entender os tipos de limiter e como usá-los em conjunto é fundamental para alcançar resultados profissionais.
Neste resumo, busquei condensar algumas dicas sobre mixagem. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos no mundo da produção musical, abrangendo gravação, edição, mixagem e masterização, recomendo conhecer o Audio Expert. Trata-se do treinamento mais abrangente de produção musical disponível, no qual explico todas essas etapas em mais de 360 vídeos detalhados, passo a passo.
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Eduardo Rabuske
Produtor Musical, engenheiro de som e guitarrista: Formou-se em Produção Fonográfica na Unisinos e continuou seus estudos em cursos no Rio Janeiro (Brasil) e em Hamburgo (Alemanha). Já realizou trabalhos com artistas de todo o Brasil que vão do gospel à vaneira e rock, como Tchê Barbaridade, Tchê Garotos, Renato Borghetti, Alexandre Móica (Acústicos e Valvulados), Bidê ou Balde, Tequila Baby, Frank Solari, Kiko Freitas, Felipe Duran e outros.
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RKE Studio: Proprietário do RKE Studio, um dos maiores estúdios do sul do Brasil.