Do Ouvir ao Hit: As Manobras Secretas da Produção Musical
Sumário
E aí, pessoal, Eduardo chegando com mais insights! Hoje vamos bater um papo sério sobre algo que está presente 24 horas por dia, 7 dias por semana na nossa rotina de beatmakers, músicos e sonhadores da produção musical perfeita – nossos ouvidos.

Vou ser sincero com vocês, eles são nossos melhores parceiros, mas, às vezes, eles podem pirar as pessoas com uma isca de insegurança. Então, fica a pergunta: Como entender o que seus ouvidos estão tentando te dizer?
Desde que a gente se entende por gente, a parada é clara: “Confia nos teus ouvidos”. Mas e aí, será que essa é a real sem pegadinha não? Nosso ouvido é o equipamento de tecnologia de ponta mais cabuloso do nosso estúdio – um microfone que seleciona o que quer escutar, uns compressores e EQs embutidos, e um conversor A/D que traduz até um zumbido em Mozart.
Acima do Volume: A Importância do Silêncio na Criação Musical

Barulheira, cansaço, fone de ouvido meia boca e até o estresse são uns vilões que sabotam a nossa audição. Quando a massa cinzenta faz uma de que não está entendendo os sinais, ou está ligada em outra coisa, pode até inventar uns sons que não estão tão lá.
Para entender a brisa, pense na última vez que se achou o rei da mixagem por causa de um compressor antes de sacar que o botão de bypass estava lá acionado, debochando de você.
Talvez você já tenha passado por aquele de abrir o projeto super animado para dar de cara com uma bagunça sonora, aí você sente na pele que o cansaço pode fazer com a sua audição.
Quando os ouvidos estão cansados, a chance de deixar uma mixagem se deformar é maior. Até aquele prato que parecia na medida certa pode acabar estrondoso, ou a voz, que no estúdio parecia no ponto, ao relento soa mais sossegada do que deveria.
Enquanto segue o conselho de “só usar os ouvidos” tem sua sabedoria, a realidade pede mais jogo de cintura. A gente tem que considerar que mesmo essas ferramentas biológicas avançadas podem ser afetadas por uma série de fatores externos e internos.
A gente cresce com aquela noção de que nosso entendimento do mundo é um reflexo fiel do que rola ao nosso redor, né? Entretanto, demora para cair a ficha de que, na verdade, o que a gente percebe é uma versão adaptada pelo nosso cérebro, focada no que ele considera essencial para a nossa sobrevivência. Por exemplo, a voz humana é priorizada. Nossos ouvidos são campeões em captar as frequências onde ela se encaixa.

Numa entrevista de Susan Rogers, engenheira de som que marcou época com o Prince e atualmente é professora na Berklee College of Music, e ela destrinchou a parada:
“A evolução cuidou para que a gente preste atenção nos filhos que importam para nossa sobrevivência. Por isso, nossos ouvidos são super sensíveis na faixa dos 1 a 5 kHz, onde ficam muitas consoantes da fala“, ela explicou. Isso quer dizer que a diferença entre entender “gato” ou “rato” pode ter um impacto naqueles na selva de pedra ou na selva mesmo.
O Beat Não Mente: Desenvolvendo Confiança em Sua Percepção Auditiva

Entretanto, quando descemos para os graves, é como se entrássemos em outro território. Fala sério, aquele bumbo que faz o peito vibrar não é prioridade para os nossos ouvidos evoluídos. Se liga na análise espectral de um som com um bumbo marcante: a amplitude máxima geralmente está lá pelos 60 Hz, mas começa a diminuir enquanto se aproxima dos médios.
No mundo do dance, para sentir o baixo, não só temos que aumentar o som pra valer, mas também mixar com sons agudos que dão aquela sensação de presença que faltava. A gente acaba ouvindo os graves não com a mesma nitidez dos médios, mas usando o sentido do tato pra sentir a pressão do som, e, por isso, vez ou outra lançamos mão de auxílios visuais para balizar melhor essas frequências.
Com vocais também tem lá seus esquemas. Uma cilada comum para quem está começando é pensar que o volume do vocal tá no ponto, mas ao botar pra rodar no sistema de som da balada, cadê ele? A gente falha em notar isso porque nossos ouvidos são craques em captar voz, mas depois de horas ouvindo a mesma faixa, até o ouro vira lata — a nossa capacidade de discernir precisamente outras frequências e até mesmo as variações de volume começa a perder fôlego.
Susan também falou uma coisa interessante sobre como a gente se adapta: “É como na corrida, você começa com tudo, mas depois precisa entrar num ritmo que dê pra manter”. Esse é o mesmo esquema de audição. Portanto, pequena aquela pausa estratégica, principalmente quando o cansaço começa a bater. Voltar ao trampo com os ouvidos descansados — vai fazer a diferença.
E com esse papo todo, a moral da história é que a gente tem que entender a natureza do nosso ouvido e usar as tecnologias a nosso favor para não cair na armadilha dos nossos próprios sentidos. No final das contas, produzir música é sobre encontrar o equilíbrio entre o que sentimos e o que realmente é bom. E olha, confiança é tudo nesse jogo: confie nos seus ouvidos, mas também não negue uma espiadinha nos aparelhos que podem te dar aquela força.
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Conclusão
Com isso, encerro deixando um salve pra todos que tão sempre em busca do som perfeito, e um lembrete: confie nos seus ouvidos, mas também não deixe de dar aquela ferida com os olhos. Balanceie a arte com a ciência, e você vai longe.
É isso, família! Até a próxima sessão, onde a gente vai quebrar mais uns mitos e talvez até descobrir uns atalhos para essa produção que a gente tanto curte explorar. Fiquem ligados, cuidem dos ouvidos e, é claro, continuem mandando aquele som de responsa!
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Eduardo Rabuske
Produtor Musical, engenheiro de som e guitarrista: Formou-se em Produção Fonográfica na Unisinos e continuou seus estudos em cursos no Rio Janeiro (Brasil) e em Hamburgo (Alemanha). Já realizou trabalhos com artistas de todo o Brasil que vão do gospel à vaneira e rock, como Tchê Barbaridade, Tchê Garotos, Renato Borghetti, Alexandre Móica (Acústicos e Valvulados), Bidê ou Balde, Tequila Baby, Frank Solari, Kiko Freitas, Felipe Duran e outros.
Treinamentos: Desenvolveu o Audio Expert, um dos melhores treinamentos para produtores musicais e engenheiros de áudio da atualidade.
Projetos Acústicos: Realiza projetos arquitetônicos com tratamento e isolamento acústico para estúdios, residências e auditórios.
RKE Studio: Proprietário do RKE Studio, um dos maiores estúdios do sul do Brasil.