Se você é produtor musical e já usa compressão paralela na caixa, bumbo ou voz, prepare-se: este artigo vai mudar sua visão sobre essa técnica. Vamos explorar usos criativos e avançados da compressão paralela que muitos profissionais de mixagem consagrados aplicam – e o melhor: sem precisar de plugins caros.
Eduardo aqui novamente trazendo uns insights ampliados sobre essa jornada chamada mixagem.
Está pronto para começar? Então vamos lá, vamos aprender tudo sobre compressão paralela.
O Que é Compressão Paralela?
Também conhecida como New York Compression, a compressão paralela surgiu nos estúdios de Nova York entre os anos 70 e 80.
Estúdios como Power Station e engenheiros lendários como Michael Brauer começaram a enviar o sinal de áudio para um canal auxiliar com compressor pesado e somavam esse sinal de volta ao som original.
Por Que Funciona?
Essa técnica adiciona corpo, presença e volume sem sacrificar a naturalidade da performance.
Na era digital, ela se tornou ainda mais acessível: basta duplicar a track, aplicar um compressor agressivo na cópia, e misturar com a original.
Técnicas Avançadas de Compressão Paralela
1. Compressão Paralela com Saturação Pré-Compressor
Antes do compressor, insira um plugin de saturação como Decapitator, Saturn ou Bomber. Essa combinação adiciona harmônicos e “cola” a mix de maneira impressionante.
👉 Dica bônus: equalize essa compressão paralela para realçar os graves (60Hz) e agudos (5kHz), dando mais impacto e brilho à bateria.
2. Compressão Paralela em Série
Envie o sinal para dois compressores diferentes em sequência:
O primeiro com ataque lento para deixar passar os transientes;
O segundo com ataque ultra rápido para segurar os picos.
O resultado? Um som agressivo, cheio de corpo e punch. Ideal para estilos como punk rock e hardcore.
3. Compressão Paralela como Limiter para Sustain
Use um compressor com ataque rápido e release longo para transformar o som em uma massa contínua. Misture com o canal original para adicionar sustain e corpo, especialmente em violões e guitarras.
Reduzir ataque e focar só na cauda para reforçar corpo.
Basta duplicar a track e misturar os sinais.
5. Compressão Paralela Criativa na Voz
Crie uma cópia da voz com equalização tipo “telefone” (entre 400Hz e 4kHz) e adicione compressão forte.
Essa compressão paralela traz a voz para frente na mix sem perder a musicalidade.
6. Compressão Paralela no Master Bus
Aplique compressão paralela diretamente na master com compressores clássicos (SSL, Fairchild, etc). Você pode escolher se quer:
Mais punch (ataque lento, release rápido);
Mais corpo (ataque rápido, release longo).
7. Compressão Paralela com Sidechain no Master
Aqui a coisa fica séria: envie o sinal do bumbo para acionar a compressão paralela da master via sidechain. O resultado é um grave poderoso, muito usado em música pop e eletrônica.
8. Compressão Paralela Somente no Refrão
Use automação para ativar a compressão paralela apenas em momentos específicos, como o refrão. Essa técnica dá mais impacto e variação dinâmica em músicas mais lineares.
9. Compressão Paralela + Ampliador de Estéreo
Além do volume extra no refrão, você pode usar plugins como Waves Center para abrir o estéreo do canal comprimido. Resultado? Um refrão muito mais envolvente e impactante.
10. Inversão de Fase para Recuperar Dinâmica
Se você tem uma música muito comprimida, essa técnica vai te surpreender:
Crie uma compressão paralela extremamente forte;
Inverta a fase da track comprimida.
Isso cancela parte da compressão original e traz de volta os transientes, restaurando dinâmica e brilho.
Dicas Finais
🎯 Atenção ao volume: quando misturamos um canal comprimido com o original, é normal o som parecer melhor só por estar mais alto. Use seus ouvidos com critério.
🎧 A equalização é chave: se as frequências não estiverem bem ajustadas, a compressão paralela pode embolar tudo em vez de ajudar.
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Conclusão
Então é isso, pessoal. A mixagem, no final das contas, é mais sobre sentir do que simplesmente fazer as coisas ‘certas’. É escolher o que energiza a música, o que faz a cabeça bater junto com o ritmo e o coração vibrar com a melodia. Tudo isso sem perder de vista o propósito maior que é se conectar com quem está do outro lado escutando sua arte.
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Eduardo Rabuske
Produtor Musical, engenheiro de som e guitarrista: Formou-se em Produção Fonográfica na Unisinos e continuou seus estudos em cursos no Rio Janeiro (Brasil) e em Hamburgo (Alemanha). Já realizou trabalhos com artistas de todo o Brasil que vão do gospel à vaneira e rock, como Tchê Barbaridade, Tchê Garotos, Renato Borghetti, Alexandre Móica (Acústicos e Valvulados), Bidê ou Balde, Tequila Baby, Frank Solari, Kiko Freitas, Felipe Duran e outros.
Treinamentos: Desenvolveu o Audio Expert, um dos melhores treinamentos para produtores musicais e engenheiros de áudio da atualidade.
Projetos Acústicos: Realiza projetos arquitetônicos com tratamento e isolamento acústico para estúdios, residências e auditórios.
RKE Studio: Proprietário do RKE Studio, um dos maiores estúdios do sul do Brasil.