A maioria das mesas de som e placas de áudio fornecem pré-amplificadores de microfone em várias de suas entradas, e existem também pré-amplificadores independentes disponíveis como equipamentos periféricos.
Há uma ideia equivocada de que todos os pré-amplificadores são lineares, ou seja, que aumentam o nível de saída do microfone sem alterar o timbre do som captado. No entanto, assim como instrumentos musicais e microfones, os pré-amplificadores possuem suas características sonoras próprias.
Ao ouvir uma gravação feita com microfone, você estará escutando não apenas as características do próprio microfone, mas também as do pré-amplificador utilizado.
Desde a introdução dos transistores e, especialmente, com o advento do áudio digital, houve um apreço pela qualidade dos equipamentos valvulados, e muitos engenheiros de som valorizam o calor e a coloração sonora que estes dispositivos podem adicionar.
No Audio Expert, estudamos extensivamente sobre a distorção e seu impacto, positivo ou negativo, na música. Para quem deseja aprofundar-se no assunto, tanto na escolha de pré-amplificadores quanto em técnicas de microfonação, recomendo estudar os módulos Microfones, Pré-amplificadores e Gravação na Prática.
Muitos engenheiros de som preferem trabalhar com níveis “quentes” nos pré-amplificadores de microfone. Nesses casos, as sutis e progressivas distorções das válvulas, ao invés de prejudicar o som, desempenham um papel duplo, atuando como limitadores e realçando o timbre, adicionando harmônicos musicalmente agradáveis. Isso é conhecido como “soft clipping”, “tube compression” ou até “overdrive”.
Por outro lado, um pré-amplificador de estado sólido de qualidade opera com baixíssima distorção até atingir seu limite máximo. A partir desse ponto, a distorção aumenta rapidamente, adicionando harmônicos agressivos e indesejados. Os efeitos resultantes dessas distorções também são mais ásperos, como “hard clipping”, “fuzz tone” ou “distorção braba”.